Chapeuzinho Vermelho na cidade
Era uma vez uma
linda menina de pele cor de jambo, que amava a cor vermelha. Sua mãe prendia
seus lindos cachos para o lado direito, no alto da cabeça, com uma fita de
cetim vermelha e seus longos cabelos cascateavam no ombro. A roupa sempre tinha
a cor vermelha, se não estivesse vestida de algo vermelho, certamente estaria
usando sandálias e acessórios na sua cor preferida, que a caracterizava. Sua
marca pessoal.
Chapeuzinho -como
ficou conhecida -recebeu esse nome carinhoso de um tio materno que lhe
presenteava com lindos chapeus vermelhos durante sua fase de bebê. A cada
visita trazia um chapeu vermelho com detalhes ou liso e nos mais variados tons.
Depois retornava para seu trabalho pesado, mas que fazia com muito amor,
gostava de ser lenhador.
O tempo passou e
Chapeuzinho cresceu, já ajudava sua mãe nas tarefas domésticas, depois de fazer
as tarefas da escola com a ajuda de sua mãe ou de sua vovó.
Para ela era uma
farra receber as visitas da vovó, as duas se esbaldavam e faziam tudo que sua
mãe não deixava ela fazer. Um segredinho das duas!
Mas um dia sua
vovó adoeceu e não pôde vim passar o final de semana com sua mimada e amada
netinha.

A vovozinha morava
num bairro afastado, do outro lado da cidade. Chapeuzinho nunca tinha ido
sozinha, mas tinha o mapa desenhado na sua mente e sabia como chegar lá. O que
ela nem imaginava era os perigos urbanos e a maldade das pessoas. Coisas que a
ajudariam a crescer e se defender no futuro.
Ela já tem treze
anos e sabe pegar um ônibus. Assim fez. Dentro do ônibus havia um rapaz alguns
anos mais velho a encarando. Isso a deixou sem graça e desconfiada.
umas flores para
levar para ela.
O rapaz se
apresentou como Lobo Mau, um apelido que seus manos colocaram e disse está mais
acostumado com o apelido do que com seu verdadeiro nome de batismo.
Em meio à
conversa, Chapeuzinho também contou de seu apelido dado por seu tio, de gostar
de vermelho e que sabia chegar na casa da vovó, mas era longe e ela estava um
tanto cansada. O rapaz indicou um beco estreito mais adiante, disse que por ali
chegaria em menor tempo, se despediu dizendo ter algo para fazer e sumiu entre
as transeuntes.
Vinte minutos
depois ela estava abrindo a porta da casa de sua vovó querida. Para sua surpresa, aquele rapaz que a
ajudou chegar mais rápido na casa da vovó já estava com ela na sala e o mais
estranho era que a vovozinha tinha olhos esbugalhados, quase saindo do globo
ocular, as orelhas pareciam maiores e atentas a todo ruído, a boca trêmula
parecia maior, as narinas estavam muito abertas e as mãos enrugadas pareciam
incontroláveis...Sem duvida a vovozinha não estava nada bem. Chapeuzinho falava
e ela soltava monossílabos, monologava e olhava de um jeito esquisito para o
rapaz que estava lá desde que entrou na casa. Vovozinha estava muito agitada e
a netinha amada pensou em chamar ajuda, ao pegar o telefone para ligar para a
emergência o rapaz saltou do sofá onde estava e agarrou a menina, que ficou
ainda mais preocupada.
Naquele mesmo
instante ouviu-se o ruído do portão abrindo. O rapaz fez sinal de silêncio e
ameaçava as duas com um pequeno punhal. Ambas obedeceram, que remédio?
Os passos se
aproximava cada vez mais da porta, o trinco girou e... Chapeuzinho mordeu a mão
do rapaz e seu tio que havia vindo visitar sua mãe, como de costume todo final
de mês, agarrou o sujeito armado e mandou que sua linda sobrinha pedisse ajuda.
Chapeuzinho gritou
e os vizinhos vieram socorrer.
Ela contou tudo
desde o começo e o rapaz confessou que viu na situação a possibilidade de
roubar e prender a pobre velhinha. E parecia está com muita sorte, pois se
aproveitaria da inocente Chapeuzinho que lhe deu tantas informações em poucos
minutos de conversa na rua.
Disse que faria
das duas reféns durante o tempo de visita da menina, assim sua mãe não teria
motivos para chamar polícia, parentes ou mesmo acionar a ajudar de vizinhos.
Ainda bem que seu
tio lenhador sabe lidar com o perigo das armas cortantes e com a ajuda dos vizinhos tudo não
passou de um susto para sua mãe velhinha e para Chapeuzinho, já para o rapaz...
Lobo Mal teve de
se explicar para a polícia e acrescentar mais uma atividade em sua ficha
policial, um extenso currículo!
Um policial que
atendia pela alcunha de Caçador, segurou o rapaz com as mãos algemadas e o
levou, pediu desculpas pelo incômodo e disse que cuidaria daquele moleque
malandro.
O pessoal do SAMU
deu total assistência para a pobre e assustada senhora, que agora estava mais
calma. No final da tarde neta e vovó se despediram. Seu tio a levou em casa e
deixou uma vizinha de olho na casa de sua mãe enquanto ele retornava. Ficaria
com ela todo o fim de semana.
MANEIRAS DE ENSINAR
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